terça-feira, 3 de agosto de 2010

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Peço-te apenas um inverno calmo, sem tuas tempestades, sem tua inconstância, sem tua confusão, sem tua presença...

O Ter Sem Ter.

Se eu soubesse que seria a última vez que eu te veria, teria decorado cada traço do teu rosto para que eu pudesse ficar recordando em cada instante longe de ti.
Se eu soubesse que aquele seria o nosso último abraço, eu teria aproveitado cada momento em que meu corpo se modelou ao teu para que eu pudesse senti-lo mesmo quando distante.
Se eu soubesse que aquele seria o nosso último beijo, teria aproveitado cada segundo, para que o gosto fosse eternizado para cada eternidade que eu viverei sem te ter novamente.
Se eu soubesse que depois daquele adeus eu não te sentiria mais aqui, eu nunca teria ido embora para que eu não te perdesse.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A ausência do Ser


Ainda que a saudade doa, ainda que sufoque, ainda que aperte, ainda que grite dentro de mim, ela não deve sobreviver. Ainda que me mate, ainda que torture, ela não pode me vencer.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sonho.



Hoje acordei achando que tudo não havia passado de um sonho,
que era mentira a tua partida, que era loucura não te ter mais ao lado meu,
que era sufocante a tua falta, que eu não aguentaria nem mais um dia sem te vê,
sem te ter.
Sonhei que eu ainda tinha aqueles olhos para me desarmar,
aqueles braços para me proteger e aquela voz para me dizer que tudo vai dá certo.
Me iludi achando que voltarias, que se arrependerias, que ainda irias me querer e, por fim, me amar.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cansaço.




Por muitas vezes na vida cansa-se.
Cansa-se da falta de amor,
cansa-se da ausência mesmo na presença,
cansa-se da incompreensão,
cansa-se de cansar-se,
cansa-se de amar o desconhecido.
Cansa-se do desconhecido não amar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Um Ser Sem Ser.




Pensou-se em eternidade,
acreditou-se na utopia,
amou-se o mistério,
sorriu-se com a ilusão,
iludiu-se com o ser,
machucou-se com o óbvio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Sujeito e o Verbo




No começo era apenas a 1ª pessoa do plural,
mas o sujeito se perdeu no verbo e passou a ser 3ª pessoa do singular,
e nunca satisfeito, resolveu brincar com o tempo verbal e trouxe para o presente o que devia estar no futuro.
Sendo eu parte do nós, hoje te julgo e te conjugo,
não te pondo mais como um futuro do indicativo ou um presente,
mas deixo-te no pretérito-mais-que-perfeito,
teu lugar conquistado.