França, 06 de junho de 1615.
Mariana,
Estou partindo, mas não a favor do meu desejo e é com os meus olhos embebidos em lágrimas que eu te anuncio que devo partir.
Hei de passar horrores estando longe de ti, minha tão adorada e idolatrada Mariana.
Partindo deixo-te a certeza de que amar-te-ei por toda a eternidade do meu ser. Passarei dias e dias a sonhar com a tua beleza indizível, passarei horas e horas a procurar nas rosas o teu perfume e há de ser em vão, pois rosa alguma haveria de ter a capacidade de exalar o cheiro da tua pele.
Oh! Mariana, como há de ser o restante dos meus dias sem ti? Posso apenas passá-los sonhando com os teus caprichos.
Peço-te apenas que tu não chores a minha partida. Não pretendo dar-te falsas juras dizendo-te que voltarei, embora seja esse o desejo que está a me devorar por dentro.
Mariana, ah minha doce e amada Mariana, sempre foste única em meu coração. Nunca passou em minha mente que um dia eu, logo eu, uma pessoa que se dizia incapaz de cair nas artimanhas de uma mulher, iria estar a falar todas essas coisas a ti, uma mulher; mas sei que és tu diferente de todas outras.
Há de ficar nesse meu triste e amargurado coração as lembranças de momentos que a mim diziam-se mágicos.
E é em meio a lágrimas, entre um soluço e outro que te digo adeus.
Beijos em tua face,
Cavalheiro de Chamilly.
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